A Floração
Fotoperiodismo O florescimento do vegetal é controlado em muitas plantas pelo comprimento dos dias (período de exposição à luz) em relação aos períodos de noites (períodos de escuro). Ao longo do ano, em regiões onde as estações (outono, inverno, primavera e verão) são bem definidas, existe variação do comprimento dos dias em relação às noites, e muitas plantas são sensíveis a estas variações, respondendo com diferentes fotoperíodos em relação à floração. Classificação das Plantas quanto ao Fotoperíodo Plantas de dia longo - São as plantas que florescem quando expostas
a um fotoperíodo acima de um valor crítico, que é chamado
de fotoperíodo crítico. Quando esta planta estiver exposta
a um fotoperíodo menor que o seu fotoperíodo crítico,
ela cresce mas não floresce. Plantas de dia curto - São as plantas que florescem quando submetidas
a fotoperíodos abaixo do seu fotoperíodo crítico.
Quando expostas a fotoperíodos maiores que o seu fotoperíodo
crítico, estas plantas crescem mas não florescem. Plantas neutras ou indiferentes - São as plantas que florescem independentemente do fotoperíodo ou que não respondem a um determinado fotoperíodo, como o tomateiro e o milho. Pesquisas sobre as respostas das plantas a fotoperíodos mostraram que os períodos de escuro que a planta fica exposta deve ser contínuo, ao contrário dos períodos de iluminação que não precisam ser contínuos, pois a interrupção dos períodos de escuro leva a inibição da floração do vegetal. A resposta do vegetal a floração está relacionada com a ação de um pigmento chamado fitocromo, que é sensível à variação do comprimento do dia de iluminação desencadeando uma resposta fisiológica do vegetal para a floração. Fotoperíodo da Cannabis: a resposta ao comprimento do dia A cannabis é classificada como uma planta de dias curtos, que tem o florescimento induzido naturalmente em períodos com dias de menos de 13 horas de luz, para sativas e até 16 horas em algumas indicas. Na verdade o fator determinante é o número de horas de escuro (skotoperiodismo) presente em um período de 24 horas. Esse comportamento é determinado por um pigmento sensível à luz chamado fitocromo, encontrado nas folhas das plantas. Ele apresenta duas formas: Em plantas de dias curtos, como a cannabis, sua presença evita o florescimento, ocorrendo o inverso em plantas de dias longos. Quanto a cannabis, quando se aplica luz na faixa do vermelho, ou seja, luminosidade natural do dia ou lâmpadas, por um período e intensidade suficientes, o fitocromo se converte imediatamente na forma ativa, não havendo a formação do botão floral. Quando se aplica luz infravermelha, ou, de forma mais lenta, na ausência de luz por período suficiente, o fitocromo se converte na forma inativa, havendo a floração. No caso da cannabis o florescimento normalmente é evitado com a aplicação de seis a oito horas de luz no período da noite. As estações do ano e o comportamento fotoperiódico Para entender melhor como esta variação funciona, e também como se dão as estações do ano, devemos saber que a Terra tem seu eixo de rotação 23,5º fora de ser perpendicular ao plano orbital em volta do sol. Define-se assim o Trópico de Câncer a 23,5º ao norte da Linha do Equador (linha imaginária que divide a terra em norte e sul), e o Trópico de Capricórnio a 23,5º ao sul. No solstício de verão no hemisfério sul (aproximadamente 21 de dezembro) o sol está exatamente sobre o Trópico de Capricórnio, tendo-se o dia com mais horas de luz, e no solstício de inverno no hemisfério sul (aproximadamente 21 de junho) o sol está exatamente sobre o Trópico de Câncer, tendo-se o dia com menos horas de luz em nosso hemisfério. Essa variação faz com que não se receba a mesma quantidade de luz a cada dia do ano, com maiores variações quanto mais ao sul ou ao norte do equador estamos. Ou seja, quanto maior a latitude, maior a variação entre o dia mais longo e o dia mais curto do ano. Nos equinócios, que correspondem à entrada do outono e da primavera, aproximadamente 21 de março e 22 de setembro, o número de horas de sol do dia e o comprimento da noite se equivalem em 12 horas. Porém, um fator a ser considerado na avaliação de comprimento natural do dia é que as plantas são sensíveis à luz quanto o sol está em torno de 6º abaixo do horizonte (antes da alvorada e após o pôr-do-sol). Assim, nos equinócios, as plantas percebem efetivamente em torno
de 13 horas de luz, ao invés de 12 horas. Esse dado é importante
na avaliação de em qual época do ano necessitamos
interferir no comprimento do dia com o escurecimento artificial ou com
a iluminação artificial, objetivando uma produção
fora do período natural. |