Overdose em Dias Quentes

A quantidade necessária para provocar uma overdose é variável de pessoa para pessoa e depende bastante do grau de pureza da droga e da forma de administração (as probabilidades aumentam quando a substância é injectada na corrente sanguínea); a dose fatal encontra-se entre as 0,2 e 1,5 gramas de cocaína pura. As overdoses podem causar ataques cardíacos ou paragens respiratórias. Segundo dados do "NIDA", os internamentos de urgência por overdoses de cocaína fumada aumentaram entre 1987 e 1990 em mais de 700%.

A cocaína provoca hipertensão, taquicardia, vasoespasmo coronariano, arritmias, e elevação da temperatura. Dias quentes também provocam alterações cardiovasculares; a combinação desses dois fatores pode resultar em maiores chances de lesões cardíacas. O objetivo desse trabalho é averiguar os efeitos clínicos da cocaína nos dias de temperatura acima da habitual.

Método - Foram analisados, retrospectivamente, registros das épocas de 1990 a 1995 devidos a "overdose não intencional" (1382 casos) e todas as mortes por hipertermia em usuários de cocaína (10 casos).

Resultados - Identificou-se a temperatura de 31,1C como o ponto de divisão, a partir do qual o número de mortes se eleva significativamente entre os usuários de cocaína. Coincidência ou não esta é a temperatura aproximada da pele, ou seja, a partir deste ponto o corpo perde calor com mais dificuldade, tendo que valer-se de recursos suplementares à simples perda por condução térmica.

Conclusão - Dias quentes são mais propícios a fatalidades por overdose de cocaína