Ressaca

Você acorda com uma sensação estranha. A princípio não sabe bem o que é. A pergunta que não quer calar: o que aconteceu? Tenta se levantar e ... não. Espere. A sua cabeça parece que vai explodir. Resolve se recostar na cama novamente - se é que você conseguiu chegar até a cama na última noite. De repente, além da dor de cabeça, você se sente enjoado, com o estômago embrulhado, um gosto horrível na boca. É isso mesmo: você está de ressaca .

Este mal-estar após a ingestão de (muita) bebida alcoólica possui um nome técnico: veisalgia, do norueguês kveis, mal-estar após orgia, e do grego algia, dor. Nem todas as pessoas apresentam os mesmos sintomas e em igual intensidade, mas os sintomas a seguir costumam ser relatados: fadiga, fraqueza e sede, dores de cabeça e musculares, náuseas, vômitos e dor de estômago, tontura e sensibilidade a luz e som, tremores, suor em excesso e pulso acelerado e aumento da pressão cardíaca, vertigens (aquela sensação de o quarto estar rodando). Estes sintomas aparecem quando a concentração de álcool no sangue está diminuindo e atingem seu pico quando esta se encontra próxima a zero, como bem sabe todo bebum que continua bebendo para evitar a ressaca.

Ninguém conhece muito bem as causas da ressaca, mas sabe-se que a intensidade dos sintomas depende do tipo e quantidade de bebida ingerida e, é claro, também de fatores individuais. Antes de analisarmos o papel da mistura entre fermentados e destilados, vamos dar uma olhada nas outras causas da ressaca...

O gastroenterolgista João Carlos de Oliveira garante: nada de comprimidinho para antes e depois, colher de azeite, bebidas isotônicas. A única maneira eficaz de evitar a ressaca é beber moderadamente.

Os sintomas
A ressaca é uma síndrome, um conjunto de sintomas, que indica que houve uma intoxicação causada pela ingestão excessiva de álcool. As características mais comuns são: tremores, enjôos, dor de cabeça, fadiga combinadas com a redução na concentração e velocidade de pensamento e raciocínio. Esses sintomas são decorrentes de uma série de alterações no corpo, especialmente no fígado, cérebro, coração, rins e sistema nervoso.

Um santo remédio
O gastroenterolgista João Carlos de Oliveira garante:" O melhor remédio para a ressaca é ingerir bastante líquido". O álcool provoca a desidratação do organismo. A ingestão de água dilui o álcool e facilita o trabalho do fígado e dos rins, na hora de eliminar os resíduos tóxicos.

Não se esqueça: beba bastante água antes, durante e depois da bebedeira. Ela pode até não evitar a ressaca por completo, mas irá ajudar a recuperação. Tome de 3 a 5 litros de água.

Cuidados com a alimentação
Sabe aquela desculpa clássica de quem passou da conta - não comi nada antes, ela tem o seu fundo de verdade. Quando você ingere álcool de estômago vazio, o álcool e absorvido mais rapidamente e, consequentemente, você vai ficar de pileque bem mais fácil. Por isso, antes de tomar todas faça um refeição.

A alimentação do dia seguinte também é importante. O doutor João Carlos ensina: "Dê preferência a alimentos leves, não muito gordurosos, que não dependam muito do metabolismo hepático". A ingestão de gorduras pode acabar agredindo o seu - já irritado - sistema digestivo, sob o risco de você sofrer ainda mais com os enjôos.

Quanto mais doce melhor
O álcool também age diretamente no fígado - órgão responsável pelo acúmulo e liberação de glicose para todo o organismo, provocando a redução de açúcar no sangue (hipoglecimia).

A injeção de glicose, prática comuns nos pronto-socorros, faz com essa taxa se normalize e acelere a queima do álcool, facilitando a recuperação. Mesmo que o caso não requeira uma visita ao pronto-socorro, fica outra dica: consuma doses extras de açúcar.