Alcoolismo
Conforme já citado, a pessoa que consome bebidas alcoólicas de forma excessiva, ao longo do tempo, pode desenvolver dependência do álcool, condição esta conhecida como "alcoolismo". Os factores que podem levar ao alcoolismo são variados, podendo ser de origem biológica, psicológica, sociocultural ou ainda ter a contribuição resultante de todos estes factores. A dependência do álcool é uma condição frequente, atingindo cerca de 5 a 10% da população adulta brasileira.
A transição do beber moderado ao beber problemático ocorre de forma lenta, tendo uma interface que, em geral, leva vários anos. Alguns dos sinais do beber problemático são: desenvolvimento da tolerância, ou seja, a necessidade de beber cada vez maiores quantidades de álcool para obter os mesmos efeitos; o aumento da importância do álcool na vida da pessoa; a percepção do "grande desejo" de beber e da falta de controle em relação a quando parar; síndrome de abstinência (aparecimento de sintomas desagradáveis após ter ficado algumas horas sem beber) e o aumento da ingestão de álcool para aliviar a síndrome de abstinência.
A síndrome de abstinência do álcool é um quadro que aparece pela redução ou parada brusca da ingestão de bebidas alcoólicas após um período de consumo crónico. A síndrome tem início 6-8 horas após a parada da ingestão de álcool, sendo caracterizada pelo tremor das mãos, acompanhado de distúrbios gastrointestinais, distúrbios de sono e um estado de inquietação geral (abstinência leve). Cerca de 5% dos que entram em abstinência leve evoluem para a síndrome de abstinência severa ou delirium tremens que, além da acentuação dos sinais e sintomas acima referidos, caracteriza-se por tremores generalizados, agitação intensa e desorientação no tempo e espaço.
O alcoolismo foi incorporado pela OMS à Classificação Internacional das Doenças em 1967 (CID-8), a partir da 8ª Conferência Mundial de Saúde.
Existe muita controvérsia a esse respeito, entretanto é consenso que:
- Alcoolismo é uma doença.
- O alcoólatra pode apresentar prejuízos relacionados com o uso de álcool em todas as áreas da vida (prejuízos físicos, mentais, morais, profissionais, sociais, entre outros).
- O alcoolista perde a capacidade de controlar a quantidade de bebida que ingere, uma vez que vence a ingestão (dependência química).
Muitos estudiosos consideram o alcoolismo como doença crônica e progressiva manifestada pela ingestão repetida de bebidas alcoólicas com dificuldade de abstenção e perda de controle, causada quando o indivíduo começa a beber, desencadeando dessa forma problemas biopsicosociais.
Todo alcoolista apresenta três características básicas através das quais pode se detectar a doença.
- Negação da doença: o doente nega que bebe. Quando chega a admitir que bebe, diminuiu a quantidade (diz que bebe menos do que bebe realmente)
- Projeção: sempre tem motivos para beber, sejam de tristezas ou de alegrias
- Onipotência: diz que para de beber a hora que quiser Enquanto o indivíduo apresentar esses mecanismos está sob o domínio da doença.
O indivíduo, uma vez alcoólatra em abstinência, deverá manter-se em estado de alerta o resto da vida, pois será sempre um dependente, evitando o “primeiro gole” que poderá desencadear uma recaída, vindo a se tornar novamente um dependente. Mesmo desintoxicado, em ausência de sintomatologia clínica, continua um etilista enquanto sentir um desejo incontrolável de ingerir bebidas a alcoólicas.
Os alcoolistas não voltam a ser bebedores sociais e com freqüência tem recaídas.
Fases do Alcoolismo
Fase do Macaco : O alcoolizado torna-se desinibido e alegre
Fase do Leão : O alcoolizado comporta-se como valentão. Agredindo e insultando as pessoas a sua volta.
Fase do Porco : O alcoolizado perde o controle de suas funções fisiológicas.
Sintomas de Alcoolismo
1) Desejar beber frequentemente.
2) Necessitar de uma bebida a certas horas do dia.
3) Sentir antecipadamente a vontade de beber a noite, quando o dia está a chegar ao fim.
4) Beber álcool pare poder adormecer.
5) Ingerir mais do que é razoável em ocasiões sociais.
6) Desejar sentir-se alto e continuar nesse nível.
7) Desapontar-se se bebidas não servidas numa festa ou restaurante.
8) Indignar-se com criticismo de pessoas que lhe são chegadas, sobre seu hábito de beber.
9) Beber para alívio de tensão, desconfôrto físico ou psicológico.
10) Esconder a sua dependência do álcool.
11) Defender-se acêrca do hábito de beber em excesso.
12) Beber antes de um encontro social para se sentir mais `a vontade.
13) Perdas de memória durante um tempo determinado.
14) Culpar-se pelo vício da bebida.